Moonspell e a banda filarmónica de Lisboa
Tal como já tinha acontecido
duas vezes com os Metallica, uma vez com os Within Temptation e os Paradise
Lost, os Therion acabaram de realizar o segundo, e já não era sem tempo, os
Moonspell fazerem um concerto com uma banda filarmónica. Engraçado que, há
cerca de um ano, no final de um concerto dos Bizarra Locomotiva, encontrei à
saída o baixista dos Moonspell (Dom Aires), e perguntei-lhe quando iam fazer um
espectáculo com uma orquestra. Ele disse que, já algum tempo que estavam a
falar disso mas, que ainda não havia data definida. Então não é que, passado
uma semana, anunciaram o concerto para quase um ano depois nas redes sociais!
Parece que fiz bem em ter tocado no assunto. Resultou.
A data aproximava-se e a
poucos dias do concerto, sabíamos que iam tocar 15 faixas e que o concerto ia
ter a duração de uma hora e meia. Eu previ algumas músicas que iam tocar e umas,
eu tinha a certeza que iam tocar. Se tivesse que fazer uma selecção desses
temas, era bem capaz de acertar em 10.
No dia do concerto, no
primeiro jornal da SIC, fizeram uma reportagem em que filmaram os ensaios e
mostraram dois dos temas que faziam parte dessa selecção. Um deles
surpreendeu-me.
O concerto começou com um
tema inédito, tocado apenas pela orquestra e o baterista dos Moonspell. Tema
esse, que era desconhecido por parte da plateia. Depois disso, começaram a sua
atuação com cinco temas cantados em português, precisamente os quatro primeiros
temas do álbum 1755 (que fala sobre o terramoto de Lisboa) e “Ruínas”. Foi uma
abertura surpreendente, na qual não esperava que tocassem o “Desastre” e a
“Ruínas”. Aliás, muitos dos temas deste álbum, foram gravados com orquestra.
Daí, a razão da selecção de alguns temas deste álbum. A isto se chama, uma
abertura lusitana.
O local do concerto (Meo
Arena), foi muito contestado por parte dos fãs, porque a acústica do som para
as bandas de rock e heavy metal, o som fica muito abafado e não soa na maior
das perfeições. Eu, onde estava, não conseguia ouvir muito bem o baixo e o
Ricardo quando fazia o ritmo na sua guitarra, não se ouvia quase nada. Os
solos, ouviam-se bem, tal como os instrumentos da orquestra e da bateria.
Depois seguiram-se os
clássicos “Breathe (Until We Are No More)” e “Extinct”, que são os dois
primeiros temas do álbum Extinct. Temas estes que, previa que iam tocar e eram
esperados pelos fãs. Depois veio o tema instrumental “Proliferation”, em que
nos dois primeiros minutos só se ouve orquestra, vindo depois a entrada
rompante da bateria e de seguida, o som pesado da guitarra. Sabia que iam tocar
este tema, porque mostraram na televisão.
Vieram os clássicos
“Finisterra” e “Everything invaded”, em que o Pedro (teclista), trocou os
teclados pela guitarra, tendo o som secundário que se ouve dos teclados, ficado
a cargo da orquestra. Seguiu-se “Scorpion Flower”, sem a presença principal de
uma voz feminina, tendo o refrão sido acompanhado pelo coro feminino e de
seguida, como não podia deixar de ser, “Vampíria”. Tema este em que na parte
final, nos dois últimos minutos, apenas tocou a orquestra, seguida da voz do
Fernando Ribeiro. Foi uma experiência muito bem concebida e que agradou a
plateia.
Por fim, os clássicos
finais, “Alma Mater” que mostra sempre o lado lusitiano da banda, com as cores
da bandeira portuguesa sempre presente em palco e a terminar, a habitual “Full
Moon Madness”.
No final do concerto, estive
ainda cá fora, no parque das nações a comentar com pessoal amigo, a actuação
dos Moonspell. Um pormenor que falámos e que não ia deixar de ser discutido,
foi o som. Apenas quem esteve em frente ao palco, na zona golden circle, conseguiu
ouvir o som em perfeitas condições. Para quem estava na plateia e nas bancadas,
o som não saía perfeito. E até discutimos, porque é que o concerto não foi
realizado no campo pequeno, onde a banda já atuou duas vezes, ao qual eu
assisti e em que o som estava excelente.
Também falámos dos temas que
escolheram para este concerto inédito e houve quem dissesse, que a banda
escolheu mal os temas. Pois eu discordo. A meu ver escolheram muito bem os
temas. Todavia, faltaram lá alguns clássicos, como a “Opium”, que a maioria dos
fãs esperavam que tocassem e o “Todos os Santos”, em que o tema original em
estúdio, tem orquestra.
Outro ponto que a meu ver
deviam ter feito, era terem convidado o cantor Paulo Bragança e a cantora
Anneke van Giersbergen, para cantarem os temas “In termor dei” e “Scorpion
Flower” respectivamente, como fizeram em estúdio. Podem até tê-los convidado, e
eles não poderem ter comparecido. Convidavam outros cantores.
Vamos esperar então pela
edição do concerto em DVD, que deve sair no final do próximo ano.
a presença da Anneke teria sido fenomenal, lá isso é garantido. Outro aspecto foi mesmo o local, este tipo de eventos têm de ser feitos em ambiente externo. Fica para uma próxima
ResponderEliminarÉ verdade Ricardo. Vamos aguardar que haja outro concerto deste, de preferência em local onde se adeque.
EliminarNunca vi nenhum concerto dos Moonspell mas pelo entusiasmo com que descreves o espectáculo deve ter sido uma actuação cinco estrelas. Ainda. bem que gotasdte
ResponderEliminarOlá Isabel, foi um concerto inédito, que dificilmente se voltará a repetir. Vamos ver.
EliminarSe fores ao meu blog, tenho também lá outro texto, que publiquei há 2 anos, a falar do concerto que eles deram na comemoração dos 30 anos de banda.