As lojas de Viana do Castelo estão fechadas

       Há pouco tempo fui passar um fim-de-semana prolongado a Viana do Castelo e já no ano passado, tinha reparado que há muitas lojas fechadas na cidade. Quem viu a cidade há vinte, trinta anos atrás e vê a cidade agora, nota realmente uma grande diferença.

       Quando era miúdo, ia todos os anos a Viana do Castelo e raras eram as lojas que estavam vazias. Até o café “Caravela”, que ficava situado mesmo no centro da cidade, e esteve aberto durante trinta anos, fechou há dois anos e nunca mais voltou a abrir. Tinha imensa clientela e era um dos cafés mais frequentados da cidade.

         Na manhã de sábado, no último fim-de-semana que fui lá passar, entrei num centro comercial pequeno (com cerca de vinte lojas), e cerca de doze ou treze delas estavam vazias. Tinham um anúncio a dizer “vende-se” ou “aluga-se”. As restantes, nem todas estavam abertas. As que estavam fechadas, tinham um aviso com um número de contacto, caso alguém estivesse interessado em comprar algum produto da loja, ou pediam ao cliente que fosse à loja ao lado. Das que estavam abertas, apenas vi uma cliente num salão de cabeleireiro.

         Pode-se dizer que, este centro está um pouco mal situado porque, quem não conhece bem a cidade ou não frequenta muito aquela zona, não sabem que lojas estão lá dentro. Tem duas entradas/saídas. Eu entrei por umas das entradas, segui o meu caminho até ao fundo do corredor e fui sair a uma rua perpendicular à que tinha entrado.

         Existem muitos outros centros comerciais do género, em que a maioria das lojas também está fechada. Até o centro comercial Verde Viana, que é enorme e fica situado quase no centro da cidade, praticamente está às moscas. Tem meia dúzia de lojas abertas, o cinema está encerrado, bem como a grande esplanada no alto do centro, que também se encontra encerrada.

         Lembro-me que no verão de 1995, ia lá todas as noites a essa esplanada com um grupo de amigos e tinha uma bela visão noturna para a cidade. A rua principal da parte da frente do centro, era bastante movimentada há uns anos largos atrás, mas hoje está às moscas. Não se vê quase ninguém a circular durante a noite. Até dá pena passar por ali, sabendo que estas zonas da cidade, já tiveram melhores tempos.

          Nos dias de hoje, o que anima a cidade, são os ranchos folclóricos que atuam na Praça da República. No mês de julho, há concertos gratuitos na praça da Erva e na segunda quinzena de agosto, são as festas da Senhora da Agonia, em que a cidade se enche de gente e é impossível lá circular. Pelo menos foi o que se aconteceu nestes dois últimos anos, depois das festas terem sido canceladas nos anos anteriores, devido à pandemia. As saudades eram tantas que, toda a gente decidiu ir à cidade para matar saudades das festas.