Hábitos da década de 80

       Já é a terceira ou quarta vez que falo da famosa década de 80 aqui no meu blog. Década esta, que marcou muita gente e quem a viveu, de certeza que tem saudades dela. Muitos hábitos que tínhamos na altura, já não os temos hoje, ou até podemos tê-los mas, já não são a mesma coisa.

       Somos da geração que comíamos bombocas, barrávamos as Bolachas Maria com compota de morango, comíamos papo-secos com queijo e marmelada e deitávamos açúcar nas romãs.

   Não só nos gelados mas, também nos detergentes, “OMO” por exemplo, também vinham com brindes e chateávamos as nossas mães para que comprasse o tal detergente, para termos esses brindes.

      Nas festas de anos tínhamos sandes de fiambre e queijo, bolachas de chocolate, tortas, saladas de fruta, mousse de chocolate e sumos de laranja, com e sem gás. Jogávamos à apanhada, ao quarto escuro, tiroteios com pistolas de água, víamos programas de televisão para rir, dançávamos slows ao som de músicas calmas ou os pais dos aniversariantes, arranjavam, ou tinham ideias para nos divertirmos.

      Foi uma década em que tínhamos de nos habituar a comer sopa, peixe cozido, legumes, saladas, fruta, etc. Não havia comida especial. Estávamos longe das comidas embaladas, comidas de plástico, Burguer Kings, McDonalds, pizzas, etc.

        Nas férias grandes, íamos para a praia ou para a terra dos nossos avós. No verão, ia sempre para Olhos de Água, onde moravam os meus avós maternos e todos os dias, ia à praia e depois, passava o resto da tarde na piscina. Também ia muito a Viana do Castelo, onde moravam os meus avós paternos mas, não ia à praia com tanta frequência, como ia no Algarve. Em Aljustrel, nas férias tinha o hábito de me encontrar com os meus amigos depois do jantar e fazermos alguns tipos de jogos. Brincar, tipo aos Índios e Cowboys com pistolas a fingir, em que mal nenhum nos acontecesse, ao cinto, às escondidas, à rolha entre outros. Nos intervalos da escola, os rapazes jogavam mais à carica e ao berlinde, enquanto as raparigas jogavam mais ao elástico e ao jogo da macaca.

         Como já referi aqui em textos anteriores, só tínhamos dois canais de televisão, mas tínhamos muitos programas de boa qualidade. Há quarta-feira, era a noite da lotação esgotada e depois do telejornal, davam os programas dedicados às crianças antes de dormir, como era o caso do Vitinho. Ainda antes do Vitinho, os programas infantis tinham um locutor a contar uma história, antes de dormirmos. Muitas das vezes, era a Vera Roquete que contava.

     Foram muitos os programas, desde séries, concursos, filmes, novelas, desenhos animados, e também apresentadores de televisão, que marcaram a nossa geração de oitenta. A maioria dos apresentadores já estão reformados ou já não se encontra entre nós e são raros, os que ainda estão no activo.

       Também houve literaturas que nos marcaram muito. Os livros de “Uma Aventura”, que ainda hoje são editadas novas histórias e as bandas desenhadas do Lucky Luck, Asterix e Michel Vaillant.

          Ainda somos do tempo em que os carros não tinham cinto nos bancos traseiros e não era obrigatório o uso do mesmo, dentro das localidades. Muitos dos carros, também não tinham retrovisor no lado do pendura. Os automóveis davam-nos imensas dores de cabeças e muitas das vezes, não pegavam e não havia telemóvel para chamar a assistência.

    Um jogo que se jogou muito, não com a frequência com que se joga hoje, foi o Monopólio. Outros jogos que também marcaram a década foram o Loto, o Mastermind e o Risco.

    Um entretenimento que nós tínhamos na escola, eram os bichos-da-seda, que produziam os seus próprios casulos.

       Estou velho? Não. Já estou com alguma idade? Sim. Com muito gosto. Cresci na melhor década que podia ter vivido. Que saudades deste tempo, que nunca mais vai voltar e em que fui super feliz.

         Para terminar, quem era o famoso jornalista que terminava sempre as suas reportagens com a sua famosa frase: “E esta eihh!”

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