Propriedades ao abandono
Não fugindo muito aos textos que escrevi anteriormente sobre a Solidão, que é um tema que me toca imenso, também vejo isso quando circulo na marginal no sentido Estoril – Lisboa. Desde casas, mansões, hotéis, hospitais, fábricas, etc. A quem passa por ali, custa ver estes empreendimentos abandonados, cheios de pó, teias de aranha, lixo e acima de tudo, grafites. A maioria está abandonada há décadas, tendo já alguns séculos de existência. Ninguém pegou naquilo. Muitos destes edifícios, foram marcados por momentos históricos.
Existem centros comerciais que foram construídos na década de noventa e hoje estão ao abandono. Como exemplo, o Centro de Vila Franca de Xira e Sol de Leiria, que eram muito conhecidos no seu tempo, e quem os frequentou na altura, reconhece-os perfeitamente. Alguns deles têm quatro pisos, estão sem luz natural, pelo facto de não terem janelas e como é óbvio, estão com a luz e a água cortada. Alguns deles, da para entrar lá dentro e andar pelos corredores destes centros comerciais enormes. Só se vê escuridão, vidros partidos, barulho dos pombos que vivem no interior, escadas rolantes paradas, cheiro e sujidade que se vai acumulando ao longo do tempo. A isto se pode chamar, centros comerciais fantasma. Por vezes, ainda se encontra material nalgumas lojas como manequins, máquinas registadoras cabides, cadeiras, balcões, cortinas, material de escritório, máquinas de jogos, etc. Em muitos shoppings, repararam que com o passar do tempo, havia actos de vandalismo no interior, e os proprietários acabaram por vedar todos os acessos a esses centros.
Por fim, as
discotecas dos anos oitenta, abandonadas na região interior. São elas a Green
Hill, Via Latina, Repvblica, Hot Rio Stressless, que nas décadas de oitenta e
noventa atraíam milhares de pessoas. Hoje, estão completamente ao abandono.
Grandes noites de Coimbra que desapareceram há trinta anos e hoje apenas são
recordadas por quem lá ia ou trabalhou. A discoteca HotRio, ganhou fama nas
noites de verão, graças à piscina que lá foi construída e com belas
vistas para o mar. Foi a que durou mais tempo. Hoje estão entregues ao abandono
e vandalismo.
Contudo, há quem passe por estes
sítios completamente isolados, para ver o estado dos edifícios, para tirar
fotografias e até vandalizar o que ainda resta do interior. E para que isso não
aconteça, há empreendimentos que estão tapados com tijolos
nas portas e janelas, para que as instalações ainda mantenham algum valor.
Alguns destes edifícios, já
deveriam ter sido demolidos, para se construírem empreendimentos de luxo, mas o
que é verdade é que essas obras até hoje, não foram realizadas
Também vemos um pouco por todo o país, empreendimentos de obras não chegaram ao fim. A minha pergunta é: porque gastaram tanto dinheiro e mão-de-obra naquelas obras?
Resumindo e concluindo. Há alguns anos, milhares de pessoas circulavam por estes empreendimentos. Mas hoje, raramente se vê lá alguém, a não ser pombos e insectos. Mesmos as pessoas que passam por lá hoje em dia, o que pensam elas ao recordarem que há uns anos atrás, eram sítios bastante frequentados.
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