Solidão – Parte I
A solidão faz parte do nosso dia-a-dia, seja em que circunstância for. Todos os dias sentimos essa solidão, seja em casa, no trabalho, nos caminhos que fazemos ou mesmo quando estamos com pessoal amigo. Por vezes é necessário passar por esses isolamentos, para chegarmos onde pretendemos. Não gostamos de passar por eles, mas se não o fizermos, dificilmente vamos conseguir chegar lá.
Por exemplo, em Julho estive em Nápoles instalado num hotel, que ficava bem longe do centro da cidade. No domingo, dia de descanso, decidi ir visitar a cidade com a minha colega, e tínhamos que apanhar o comboio para lá chegar. Quando chegámos à estação, não se passava nada. Isto é, não estava lá ninguém. Dava vontade mesmo de dizer que, nem uma mosca se ouvia. Aquilo parecia mais uma estação de comboio abandonada, que uma operacional. É um local que é bastante frequentado por imensa gente mas, naquele momento não estava lá ninguém a não ser nós. Mas para chegarmos ao centro da cidade, tivemos que passar por aquele isolamento.
O mês de Agosto, é suposto ser o mês de férias para a maioria dos portugueses. Muitos deles que passam férias no país, escolhem o Algarve como destino pretendido. Para as pessoas que gostam de fazer noitadas e de confusão, sem dúvida que o Algarve é o destino mais aconselhado para quem quer conhecer e fazer novas amizades. Contudo, há outras pessoas que preferem o sossego ou não têm dinheiro e ficam nas suas terras a gozarem as suas férias da melhor maneira possível. Para os mais jovens, há os festivais de música que já conta com mais de cem por ano.
Um indivíduo que em Agosto vá de manhã correr para a cidade universitária, vê o recinto completamente deserto. A solidão abate-se por completo, sabendo ele que a maioria dos portugueses se encontram de férias, e a cidade universitária é pouco frequentada durante essa altura. Noutras épocas aos fins de semana, organizam torneios, jogos de futebol/rugby para iniciados, e nessas manhãs, o recinto desportivo está cheio de gente, desde os pais dos miúdos, os organizadores dos jogos, entre outras competições, que lá organizam. Vêm-se as roulotes de bebidas, utensílios de desporto, e hospedeiras a promoverem determinadas marcas.
Solidão também sentimos quando fazemos uma viagem de carro durante a noite e não nos cruzamos com ninguém no caminho. Isto é, não vêm carros no sentido oposto ou ninguém vai na nossa direcção. Parece que só nós é que estamos de viagem e sentimo-nos abandonados. Certas acções que fazemos em determinadas horas, são necessárias serem feitas e sabemos que é por uma boa causa que estamos a fazer. Mas sabemos que estes momentos que passamos são raros e que felizmente serão compensados pelo esforço que fazemos.
Neste preciso momento, também me sinto isolado, porque estou sozinho dentro do quarto do hotel a cumprir quarentena. Gostava de estar acompanhado e não posso.
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