Metallica Load/Reload


 Depois do black album, veio uma grande mudança na banda. Os seus membros mudaram imenso, cortaram o cabelo, os seus visuais eram um pouco diferentes e o que se notou mais, foi no estilo musical. Estilo este que foi alvo de grandes críticas. Antes do álbum “Load” ser lançado, muita gente já falava mal dele, a dizer que o novo álbum dos Metallica era tipo Guns ‘N’ Roses ou Bon Jovi. O que não se veio a confirmar. O álbum “Load” (sexto de originais da banda), é um trabalho muito diferente dos anteriores. Não é tão pesado como os primeiros, mas é um álbum que foi aceite por uma grande parte dos fãs e tem músicas que realmente não se identificam muito com a banda, como é o exemplo da “Mama Said”, que é uma balada muito hollywoodesca e que os fãs, jamais imaginavam que a banda fosse capaz de criar uma canção como esta.

De resto, o álbum tem catorze faixas no total, e que a meu ver podiam apenas ser doze. Tem duas faixas que fogem muito ao seu estilo musical e que são fracas a nível de produção. Estou a falar dos temas “Poor Twisted Me” e “Ronnie”. Se o álbum não tivesse estas duas faixas, seria mais valorizado, a meu ver. De resto, tem algumas músicas agressivas, como é o caso de “Ain’t My Beach”, “Until it Sleeps” e “King of Nothing”. Temas como “Hero of the Day”, “Bleeding Me” e “The Outlaw Torn”, são temas que fogem muito ao seu passado mas, que são apreciados pelos fãs, e tocaram-nos no primeiro concerto que deram com a banda filarmónica de São Francisco, orientado pelo Maestro Michael Kamen em 1999.

A terceira vez que eu vi os Metallica ao vivo (Rock in Rio 2008), tocaram duas músicas deste álbum (“Bleeding Me” e “King of Nothing”), e a reação do público não foi tão plausível como foi nos temas mais antigos. A própria banda sabe que a maioria dos fãs não reagem com tanta garra como fazem nos álbuns mais antigos. Contudo, eu percebo o facto da banda variar nos temas que tocam, pelos vários álbuns que têm. Não se podem agarrar sempre a temas dos álbuns preferidos pela maioria dos fãs, tendo que por uma vez ou outra tocar alguns temas de álbuns menos apreciados pelos fãs.

Dezassete meses depois, em 1997 a banda lançou o álbum “Reload”, que é do mesmo ritmo que o “Load”. Este álbum foi um bocadinho mais aceite pelos fãs, pelo facto de ter dois temas extraordinários, “Fuel” e “The Memories Remains”, este último tendo a participação especial de Marianne Faithfull. São dois temas que soam bem ao vivo, principalmente a “Fuel”, em que os fãs vibram como se fosse um dos seus temas preferidos. Também a tocaram no concerto no parque da Bela Vista em 2008, tendo também tocado outro tema deste álbum, “Devil’s Dance”. Este último, gravado em estúdio começa com o baixo e a bateria em simultâneo. No concerto, começou apenas com a bateria, em que o público batia palmas acompanhando o som do instrumento, e quando o Robert Trujillo começou a tocar no seu baixo, o público apercebeu-se da canção que era, e então a maioria deixou de bater palmas.

Em 1998, lançaram um duplo CD de covers “Garage Inc”. O primeiro disco foi gravado no preciso ano do seu próprio lançamento, e o segundo disco são covers que gravaram em anos anteriores, tendo dois temas sido gravados ainda com o seu primeiro baixista, Cliff Burton. O ritmo das músicas gravadas no primeiro CD, é do mesmo estilo que o “Load” e o “Reload”, tocando músicas de cantores e bandas que os Metallica apreciam, desde a “Turn the Page” do Bob Seger e a "Die, Die My Darling" dos Misfits. O segundo CD, foram gravações de músicas de bandas que influenciaram os Metallica, desde os Motorhead, Misfits, Queen, Diamond Head, entre muitas outras.

Resumindo e concluindo, foi uma grande mudança que a banda teve e que não foi bem aceite por uma boa parte dos seus fãs, na segunda metade da década de noventa. Falando desta mudança radical dos Metallica, falemos também dos Moonspell que em 1998 lançaram o álbum “Sin/Pecado”, e que também foi alvo de duras críticas por partes de alguns fãs, tendo fugido muito ao seu estilo musical dos dois primeiros álbuns que lançaram anteriormente e EPs. O mesmo sucedeu com os Paradise Lost, que em 1999 lançaram o seu trabalho mais controverso “Host”. Este álbum, fez com que a banda tivesse perdido muitos fãs, inclusive eu, que deixei de ouvi-los durante seis anos. Já em 1997, lançaram o álbum “One Second”, que também é bastante diferente dos anteriores, mas que foi bem aceite pelos fãs.


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