Metallica NOS Alive 2022
Vi os Metallica pela oitava vez, a actuar no nosso país, três anos depois de terem tocado a última vez em Portugal, no estádio do Restelo. Não foi dos melhores concertos que vi deles mas, sempre foi melhor que a última vez que cá estiveram.
Quase já a atingir a idade sexagenária e com quarentena e um anos de carreira, a banda norte-americana não deixou de mostrar a vontade e o poder que têm em palco. Passam como sempre, o vídeo do tema “Ectasy of gold” de Ennio Morricone do filme “O Bom, o Mau e o Vilão”, antes de começarem a actuar para animar o público.
Com um formato de animações diferentes em palco, o quarteto norte-americano começou com o tema “Whiplash” do primeiro álbum, seguido de “Creeping Death” e o clássico “Enter Sandman”, que costuma ser dos últimos temas a ser tocado, mas surpreendentemente foi logo a terceira faixa. Pela primeira vez vi este clássico a ser tocado sem efeitos de pirotecnia. Das duas uma, ou optaram por não fazer ou houve algum problema técnico. Para quem viu sempre a actuação deste tema com show de pirotecnia, não teve a mesma garra que costuma ter. Até comentei isso, com quem estava comigo.
“Nothing Else Matters”, a conhecida balada da banda que é sempre tocada ao vivo, foi logo a sexta faixa a ser exibida. Tal como a “Enter Sandman”, este clássico costuma ser também tocado mais para as partes finais dos seus concertos. O público gosta de sentir a calmaria da música, após algum tempo da banda estar a actuar em palco. A meu ver, o tema foi tocado muito cedo, de forma agressiva e Kirk Hammet, enganou-se nalgumas notas da fase inicial, tendo ele já tocado esta balada milhares de vezes.
Ao fim de oito faixas, metade delas, eram do “Black álbum”. Fez-me lembrar a primeira vez que os vi na primeira edição do Rock in Rio em 2004, em que só começaram a tocar músicas deste álbum, a partir da nona faixa. Precisamente o oposto. Antes de terem tocado a “Sad but True” (oitava faixa), tocaram “Dirty Widow” do “St Anger”, considerado o álbum menos conceituado da banda.
Após a primeira parte, tocaram a “Whiskey in the Jar”, uma tradicional cover dos The Dubliners. Não sendo um tema que toquem muito ao vivo e não sendo também muito apreciado pelos fãs, até surgiu numa boa fase do concerto e mexeram o público durante a sua actuação.
Durante o concerto, fizeram duas pausas longas e durante esses intervalos, passaram músicas psicadélicas para não deixarem o público aborrecido. Antes, ficava sempre um membro da banda a actuar a solo, ou dois, fazendo um duo mas, como a idade já pesa, tiveram que optar por outro meio de entretenimento.
Após uma hora de actuação, vieram os efeitos de pirotecnia, sobretudo chamas em palco e na parte superior. Quando as chamas disparavam, nós sentíamos o calor das mesmas, estando eu a uns oitenta metros do palco. Imagino os que estavam mais próximos. Lars (o baterista), na actuação duma música, tinha uma chama de fogo a girar a escassos metros nas suas costas constantemente, e eu perguntava, como é que ele se conseguia proteger do calor daquela chama?
Quando James Hetfield começa a tocar a “Fade to Black” na sua guitarra acústica, o público delirou imenso e melhor música, não podia haver naquele preciso momento. O público puxou dos seus telemóveis e começou a filmar aquele excelente início. Incluindo, eu.
Já em encore, tocaram mais três clássicos, incluindo os inesquecíveis “One” e “Master of Puppets”. Foram dezasseis no total, com quase duas horas de espectáculo. Nos concertos anteriores que vi deles, tocaram sempre dezoito temas, excepto na tourné da comemoração dos vinte anos do “Black album”, em que tocaram vinte.
Comentários
Enviar um comentário